O fenômeno do aquecimento global tem gerado preocupação em todo o mundo devido ao seu impacto significativo nos recordes de temperatura e nas mudanças climáticas em curso. No dia 04 de julho de 2023, o planeta bateu o recorde de temperatura média mais alta já registrada, com 17,18°C.
Neste texto, explicaremos tudo sobre o aquecimento global e os fenômenos climáticos que influenciam os recordes de temperatura registrados em julho de 2023. Continue lendo para entender melhor o assunto.
Causas do Aquecimento Global
O aquecimento global é um fenômeno resultante de diversas causas, sendo as principais relacionadas ao aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O). Segundo relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), as atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) e o desmatamento, são responsáveis pela maior parte das emissões desses gases.
O aumento deles leva ao chamado “efeito estufa”, que é o processo pelo qual a radiação solar é captada pela atmosfera da Terra, mas parte dela fica presa, aquecendo o planeta. Essa retenção excessiva de calor causa a elevação da temperatura média do planeta, também conhecida como aquecimento global.
Recordes de temperatura
Segundo um relatório da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), as temperaturas globais atingirão níveis recordes nos próximos cinco anos. Esse aquecimento será impulsionado pela emissão de gases do efeito estufa e pelo evento natural do El Niño.
Segundo o relatório, há uma probabilidade de 66% de que a temperatura média global próximo à superfície entre 2023 e 2027 seja superior a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais por pelo menos um ano. Além disso, há uma chance de 98% de que pelo menos um dos próximos cinco anos e todo o período de cinco anos sejam os mais quentes registrados na história.
Embora o documento alerte que as temperaturas podem temporariamente exceder o limite de 1,5°C especificado no Acordo de Paris, o secretário-geral da organização, Petteri Taalas, afirmou que é possível evitar um aumento permanente, mas é necessário agir com urgência. Especialistas alertam que o aquecimento global terá amplos impactos na saúde, segurança alimentar, gestão da água e meio ambiente.
A WMO também aponta que as chances de exceder a temperatura de 1,5°C têm aumentado constantemente desde 2015, quando era próxima de zero. Entre 2017 e 2021, havia uma chance de 10% de excedência. O aquecimento do Ártico também é desproporcionalmente alto, com uma previsão de que o aumento da temperatura média anual próximo à superfície global entre 2023 e 2027 seja de 1,1°C a 1,8°C acima da média de 1850-1900, antes da emissão de gases do efeito estufa a partir de atividades humanas e industriais.
Aquecimento global e El Niño
O El Niño, um fenômeno natural recorrente no Oceano Pacífico equatorial, pode ter um papel significativo no impulsionamento do aquecimento global. Ele ocorre quando as águas do oceano aquecem acima do normal, afetando os padrões climáticos em todo o mundo. Esse evento resulta em mudanças nas correntes oceânicas e nos padrões de vento. Essas alterações, por sua vez, têm um impacto direto na temperatura global.
Durante o El Niño, as águas quentes do Pacífico liberam calor e umidade para a atmosfera. Isso leva a uma amplificação do efeito estufa, conforme mais calor fica retido na atmosfera. Além disso, ele afeta a circulação atmosférica, resultando em um aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos, como secas, tempestades e inundações.
Assim, podem ocorrer, por exemplo, secas prolongadas em regiões que já são propensas à escassez de água, como o sudoeste dos Estados Unidos. Resultando em incêndios florestais mais frequentes e graves, prejudicando ecossistemas e colocando em risco a vida e a propriedade das pessoas.
Aquecimento das regiões polares
Um dos fatores mais preocupantes do aquecimento global é o aquecimento desproporcional no Ártico. De acordo com as previsões do relatório da WMO, espera-se um aumento da temperatura média anual próximo à superfície global entre 2023 e 2027 de 1,1°C a 1,8°C acima da média de 1850-1900 no Ártico.
Isso é especialmente alarmante, pois a região é uma das mais sensíveis às mudanças climáticas e já está enfrentando consequências significativas, como o derretimento do gelo marinho e do permafrost. Essas mudanças ameaçam a vida selvagem, influenciam os padrões climáticos globais e aceleram ainda mais o aquecimento global.
Outro fator importante a ser considerado são as previsões de padrões de precipitação. Enquanto algumas áreas podem enfrentar condições de seca mais intensas, outras podem sofrer com chuvas mais intensas e eventos extremos, como tempestades e inundações. Essas mudanças nos padrões de precipitação têm sérias implicações para a agricultura, segurança alimentar e gestão dos recursos hídricos.
Aquecimento global e meteorologia
É importante também destacar como a meteorologia pode ajudar a sociedade a entender e diminuir o aquecimento global. A coleta e análise de dados meteorológicos fornecem informações detalhadas sobre as tendências climáticas globais e regionais.
Por meio de satélites, radares e estações meteorológicas terrestres, os cientistas podem monitorar as mudanças na temperatura, umidade, vento e outros parâmetros essenciais para compreender o clima. Essas informações são cruciais para identificar padrões climáticos, extremos e mudanças sazonais, permitindo que a sociedade se prepare e responda aos desafios do aquecimento global.
Por fim, a educação e conscientização pública também desempenham um papel crucial no combate ao aquecimento global, e a meteorologia tem um papel importante nesse processo. Os meteorologistas e especialistas em ciências atmosféricas têm a capacidade de traduzir dados complexos em informações compreensíveis para o público em geral.
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