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Entre os fenômenos meteorológicos mais fascinantes e visualmente impressionantes observáveis da Terra, a aurora ocupa uma posição singular. A aurora ocorre devido a interação entre o campo magnético da Terra e o vento solar conforme relatado pela British Geological Survey (BGS), que coleta dados sobre atividade geomagnética desde 1932.  

Estudos como os dirigidos pela University of Iowa revelam que as mais brilhantes auroras são geradas potentes tempestades geomagnéticas, também conhecidas como tempestades solares. Neste texto, exploraremos o que é a aurora, comumente chamada de “aurora boreal”, entendendo como é formada e sua importância para o turismo global. 

O que é a aurora? 

A aurora é um espetáculo de luz resultado de um complexo processo natural. Ela se desenvolve principalmente na termosfera (ou ionosfera) da Terra, uma das camadas superiores da atmosfera, estendendo-se a altitudes que vão de aproximadamente 80 km a centenas de quilômetros acima da superfície terrestre. A interação entre o campo magnético e os ventos solares, que são as partículas carregadas emanadas pelo Sol, causa a aceleração dos elétrons em direção as regiões polares, os quais colidem com moléculas de oxigênio e nitrogênio na atmosfera (superior) excitando os átomos e moléculas, que acabam por emitir cores tais como uma luz neon. 

Os elétrons de alta energia fazem com que o oxigênio emita luz verde, enquanto elétrons de baixa energia fazem com que seja emitida luz vermelha. A interação dos elétrons com o nitrogênio geralmente resulta em luz azul. A combinação dessas cores pode resultar em roxo, rosa e branco. 

Como e onde ver a aurora 

Para observar a aurora em sua plenitude, é essencial estar em uma localização de alta latitude. No hemisfério norte, ela pode ser vista principalmente durante os meses de setembro a abril, quando as noites são mais longas e mais escuras, aumentando as chances de testemunhar as luzes noturnas, que neste caso, é chamada de aurora boreal. Algumas das localidades mais renomadas pela sua visibilidade excelente das auroras estão localizadas dentro do chamado “Círculo Polar Ártico”. 

No norte da Noruega, particularmente na região do Cabo Norte e nas Ilhas Lofoten, as auroras são frequentemente visíveis, com o período entre novembro e janeiro sendo notável pela escuridão quase constante conhecida como “noite polar” ou “sol da meia-noite”. A Suécia e a Finlândia, especialmente Lapônia, são outros destinos primeiros para visualizar as luzes do norte, onde são oferecidas várias atividades como safáris em trenó puxado por renas e acomodações em iglus de gelo. 

Na Islândia, a ausência de poluição luminosa e a localização geográfica oferecem condições perfeitas, com a área em torno do Parque Nacional Þingvellir sendo particularmente favorável. O Canadá, com suas regiões nortenhas vastas e menos povoadas, como Yukon, Territórios do Noroeste e Nunavut, também é um local excepcional, proporcionando não apenas uma chance de ver as auroras, mas também de experimentar a cultura indígena local. 

Estabelecimentos turísticos especializados muitas vezes disponibilizam pacotes que incluem atividades noturnas de “caça” à aurora boreal. Além de escolher o destino e a época apropriados, é recomendável monitorar a previsão de atividade auroral e condições meteorológicas. 

Já a aurora austral, no hemisfério sul, pode ser vista com maior frequência entre os meses de maio e agosto. É vista de forma mais usual sobre a parte sul dos oceanos e partes da Antártida. Entretanto, quando ocorre intensa atividade solar, também pode ser observada em áreas da Tasmânia e nas áreas mais ao sul da Austrália. 

No hemisfério norte, a aurora pode ser vista quando as noites são mais longas e mais escuras

A meteorologia na observação da aurora 

A capacidade de prever e rastrear o melhor momento para observar uma aurora repousa fortemente nos avanços da meteorologia. Condições atmosféricas claras, sem nuvens, são fundamentais para uma visão desobstruída deste fenômeno.  

Portanto, a previsão do tempo torna-se um recurso essencial para os “caçadores de auroras” e empresas que oferecem pacotes turísticos para esses viajantes, já que a cobertura de nuvens pode facilmente obscurecer as luzes mesmo em noites de forte atividade geomagnética. A previsão do tempo oferece informações em tempo real sobre o “clima espacial” e as ocorrências de auroras. 

Influência das mudanças climáticas 

Além da meteorologia diária, as mudanças climáticas desempenham um papel significativo na incidência da aurora. Embora o fenômeno seja originado no espaço, a complexa interação entre o clima da Terra e o espaço pode ser influenciada pelas mudanças globais de temperatura.  

Estudos têm explorado como o aquecimento do planeta pode alterar a circulação atmosférica e os ventos, o que poderia, possivelmente, afetar as trajetórias das partículas de vento solar ao interagir com a atmosfera terrestre. Ainda, um aumento na variabilidade do clima poderia levar a alterações na frequência e distribuição da cobertura de nuvens, afetando a visibilidade das auroras boreais em lugares tradicionais de observação. 

A aurora boreal e o turismo 

O aumento no turismo voltado para a aurora boreal reflete um crescente reconhecimento da importância deste fenômeno natural não apenas cultural e cientificamente, mas também como um pilar vital para as economias locais dos países no Círculo Polar Ártico. Na Islândia, por exemplo, um estudo publicado pelo banco Islandsbanki em 2017 relatou que o turismo se tornou o maior setor da economia do país, ultrapassando a pesca e a produção de alumínio, com a “caça à aurora” sendo uma das principais atrações durante o inverno. 

Da mesma forma, a Lapônia finlandesa tem experimentado um boom turístico focado na aurora. Segundo Visit Finland, a organização nacional de turismo, o número de noites passadas na Lapônia aumentou significativamente nos últimos anos, com a observação da aurora boreal listada como uma das atividades mais procuradas. Isso tem um efeito econômico benéfico na região, pois fornece emprego e sustento para muitas comunidades locais. 

A criação de incríveis experiências turísticas relacionadas às auroras vai além da simples visualização. No norte da Noruega, por exemplo, uma diversidade de acomodações inovadoras, como hotéis com teto de vidro e cabanas com visão para o céu, foram desenvolvidas para proporcionar a melhor experiência possível, aumentando o apelo turístico da região. 

Apoio meteorológico para empresas de turismo 

A aurora é mais do que um fenômeno científico; é uma fonte de inspiração, aventura e introspecção. Seja pela ciência por trás das cortinas de luz ou pela magia que ela traz, as luzes do norte continuam a ser um chamariz para viajantes de todo o mundo. 

Empresas de turismo armadas com insights meteorológicos possuem uma vantagem competitiva significativa. Elas podem adaptar suas ofertas rapidamente em resposta a mudanças nas condições meteorológicas, garantindo não apenas taxas mais elevadas de satisfação do cliente, mas também a segurança e o conforto durante suas jornadas. Mais importante, a capacidade de prever com precisão os dias de visibilidade da aurora permite a criação de pacotes turísticos e promoções específicas que podem atrair um público maior, ansioso por presenciar este espetáculo natural sem igual. 

A colaboração entre meteorologistas e operadoras de turismo não se limita a longas previsões sazonais. Informações em tempo real sobre atividade solar, cobertura de nuvens e condições atmosféricas locais podem ajudar a orientar decisões diárias. A Nottus fornece previsões atualizadas e dados confiáveis que capacitam empresas de turismo a promover pacotes de viagem alinhados com as janelas ideais para testemunhar este fenômeno, otimizando a satisfação dos clientes e potencializando os lucros. 

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