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As ondas de calor são eventos climáticos extremos que têm se tornado cada vez mais frequentes e intensos em diversas partes do mundo. Esse fenômeno tem impactos significativos e vem batendo recordes em países do Hemisfério Norte.

Mesmo afetando também países do Hemisfério Sul, como o Brasil, elas são menos sentidas. Isso acontece porque essa região da Terra apresenta uma menor incidência de ondas de calor e eventos climáticos extremos devido a diversos fatores.

As ondas de calor estão entre os perigos naturais mais mortais. O calor é um risco para a saúde em rápido crescimento, devido à crescente urbanização, ao aumento das temperaturas extremas e às alterações demográficas em países com populações envelhecidas. Centenas de milhares de pessoas morrem todos os anos por causas evitáveis relacionadas com o calor.

Estima-se que, em média, as ondas de calor causem mais mortes do que qualquer outro desastre relacionado ao clima. Por exemplo, no Brasil, entre 2000 e 2011, ocorreram 19.891 mortes relacionadas ao fenômeno. Um novo estudo publicado em julho deste ano calculou que, só no verão passado, na Europa, 60.000 pessoas adicionais morreram devido ao calor extremo.

Neste texto, exploraremos essas razões, analisando condições climáticas em ambas as partes do planeta e os impactos e principais causas das ondas de calor.

O que são ondas de calor?

A WMO (Organização Meteorológica Mundial) define onda de calor como cinco ou mais dias consecutivos durante os quais a temperatura máxima diária excede a temperatura máxima média em 5°C ou mais.  Para a Inglaterra, considera como ondar de calor um período de pelo menos três dias consecutivos com temperaturas máximas diárias atingindo ou excedendo o limite de temperatura de onda de calor. Já na Austrália, uma onda de calor ocorre quando as temperaturas máxima e mínima são excepcionalmente altas durante um período de três dias em um local.

Nos últimos anos, o mundo tem observado um aumento na intensidade e na frequência das ondas de calor. De acordo com relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), desde o início do século XX, a frequência das ondas de calor dobrou, afetando atualmente mais de um terço da população global anualmente.

Um exemplo marcante ocorreu na Europa durante o verão de 2019, quando uma onda de calor extremamente intensa cobriu grande parte do continente, levando a temperaturas recordes e causando centenas de mortes prematuras. Além disso, estudos mostraram que esses fenômenos ficaram mais longos, com períodos de duração aumentando em cerca de 37% desde os anos 80.

Por que e como ocorrem?

As ondas de calor ocorrem quando sistemas de alta pressão se tornam estacionários, aumentando a intensidade e a duração do calor em determinadas áreas. A veemência delas é determinada pela temperatura máxima atingida, sua duração e o território afetado.

As causas desse fenômeno podem estar relacionadas a duas principais fatores. O primeiro é o aumento das temperaturas médias globais devido às mudanças climáticas, principalmente causadas pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa. Assim, o aquecimento global contribui para elevar a frequência e intensidade das ondas de calor.

O segundo fator é a combinação de sistemas de alta pressão estacionários com ventos na “traseira” que continuam trazendo ar quente para a região afetada, intensificando as altas temperaturas e criando uma espécie de “fornalha”.

Segundo um relatório das Nações Unidas, entre 2000 e 2019, as temperaturas extremas causaram 13% de todos os desastres com mortes no mundo, sendo que 91% desses casos foram resultantes de ondas de calor.

Impactos das ondas de calor

Plantação de milho secando devido à onda de calor
As altas temperaturas durante as ondas de calor podem afetar negativamente as plantações de alimentos

Esses períodos prolongados de temperaturas extremamente altas têm impactos significativos na saúde humana, na vida selvagem, na agricultura e na disponibilidade de recursos hídricos. Alguns dos mais significativos são:

  • Saúde humana: As ondas de calor podem causar uma série de problemas de saúde, desde hipertermia, exaustão e insolação até ataque cardíaco e insuficiência renal. As altas temperaturas noturnas são particularmente perigosas para a saúde humana porque o corpo não consegue se recuperar dos dias quentes, levando ao aumento de casos de ataques cardíacos e morte. Embora a maior parte da atenção se concentre nas temperaturas máximas diurnas, são as temperaturas noturnas que apresentam os maiores riscos para a saúde, especialmente para as populações vulneráveis.
  • Ecossistemas: As ondas de calor têm impacto direto sobre os ecossistemas, afetando a flora, a fauna e os habitats naturais. Podem causar a mortalidade de espécies sensíveis, incluindo animais e plantas, levando a desequilíbrios no ecossistema e perda de biodiversidade. O calor extremo favorece o risco de incêndios extremamente graves, que por sua vez piora a qualidade do ar, aumentando a poluição do ar.
  • Agricultura: As altas temperaturas desse fenômeno podem afetar negativamente as colheitas agrícolas. O calor excessivo pode reduzir a produtividade das plantas, causar estresse hídrica e aumentar o risco de pragas e doenças. De acordo com o relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), espera-se que o isso resulte em uma redução significativa na produção de alimentos, afetando a segurança alimentar global.
  • Economia: As temperaturas extremamente altas também têm impactos econômicos significativos. O aumento da demanda por eletricidade para resfriamento durante as ondas de calor pode sobrecarregar a infraestrutura elétrica, levando a interrupções e apagões. Além disso, podem reduzir a produtividade dos trabalhadores, causar danos à infraestrutura e afetar setores sensíveis, como turismo e agricultura.

Diferença entre o Hemisfério Sul e o Hemisfério Norte

Rio na Amazônia com árvores e céu azul
O Hemisfério Sul é onde está localizada a Floresta Amazônica, região com maior proporção de água, o que ajuda a diminuir o impacto das ondas de calor

O Hemisfério Sul, em comparação com o Norte, apresenta uma menor incidência de ondas de calor e eventos climáticos extremos. Essa diferença de impacto está relacionada a uma série de fatores que influenciam o clima e as condições meteorológicas no Hemisfério Sul. Esses fatores são:

  1.  No Hemisfério Sul, a proporção de água em relação aos continentes é maior do que no Hemisfério Norte, o que causa impacto significativo no clima e nas temperaturas das regiões.
  2. Os oceanos têm a capacidade de armazenar calor, liberando-o lentamente. Isso suaviza as temperaturas extremas.
  3. Esse processo pode resultar em verões menos intensos e invernos mais amenos em algumas partes do hemisfério meridional, em comparação com as regiões do hemisfério setentrional.
  4. Por isso, as ondas de calor na área boreal (norte) do planeta são muito mais agressivas. No Brasil, por exemplo, quando ocorrem períodos em que a chuva “falha”, a temperatura sobe com muita facilidade, mas nada comparado ao que tem acontecido em países do Hemisfério Norte nos últimos anos.

Ondas de calor e impacto nos negócios

Diante dos impactos cada vez mais intensos e frequentes das ondas de calor, é essencial que empresas de diversos segmentos adotem medidas de preparação e mitigação. Nesse sentido, contar com consultorias meteorológicas especializadas, como a Nottus, torna-se fundamental para lidar de maneira eficiente com eventos climáticos extremos.

A Nottus oferece serviços de consultoria meteorológica personalizada, fornecendo informações e análises precisas sobre as condições climáticas específicas de cada região e o impacto que as ondas de calor podem ter sobre os negócios. Com essas informações em mãos, as empresas podem tomar decisões informadas e implementar estratégias eficazes de adaptação e resposta a eventos climáticos.

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