As mudanças climáticas tornaram-se um dos principais desafios mundiais nos últimos tempos. O aquecimento global, o aumento do nível do mar e a maior frequência de eventos climáticos extremos não só afetam o meio ambiente, mas também trazem significativas implicações para diversos segmentos da indústria – incluindo a aviação civil.
Esse setor é particularmente sensível às mudanças climáticas. Estudos mostram que o aumento da temperatura tende a reduzir a capacidade de carga das aeronaves e exigir pistas mais longas para decolagem. Por exemplo, um aumento de 1°C na temperatura diminui o peso máximo de decolagem em até 4%, segundo a pesquisa “The impacts of rising temperatures on aircraft takeoff performance”, publicada na revista Climatic Change.
Este artigo explora como as mudanças climáticas estão afetando a aviação civil no Brasil e no mundo e oferece insights valiosos para profissionais e executivos da área.
Mudanças climáticas e seus efeitos diretos na aviação
As mudanças climáticas impactam a aviação civil de várias maneiras. Um dos principais efeitos é o aumento na frequência e intensidade de eventos meteorológicos severos, como tempestades e turbulências. Temporais mais rigorosos representam um risco à segurança dos voos e chegam, inclusive, a levar o cancelamento ou desvio de rotas, resultando em atrasos significativos.
De acordo com o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), desde 1970, a frequência dos eventos climáticos extremos, como fortes tempestades, cresceu cerca de 50%. Esse tipo de instabilidade resultou um acréscimo de 24% nos atrasos e cancelamentos de voos nos Estados Unidos entre 2000 e 2019.
Além disso, as alterações nas correntes de jato – fluxos de ar de alta velocidade essenciais para a eficiência das rotas aéreas – têm causado ajustes nas rotas aéreas para manter a eficiência e a segurança dos voos. Ventos desfavoráveis podem ainda elevar a resistência ao voo, consumir mais combustíveis e exigir ajustes logísticos.
Pelo levantamento “Intensification of winter transatlantic aviation turbulence in response to climate change”, publicado na revista Climatic Change, a instabilidade das correntes de ar é capaz de intensificar a turbulência em até 59% em alguns corredores de voo até 2050 em decorrência das mudanças climáticas.
Mudanças nos padrões de vento, que afetam a decolagem e aterrissagem, também têm sido notadas. Dados da National Aeronautics and Space Administration (NASA) revelam que ventos desfavoráveis resultam em um consumo de combustível até 3% maior.
Esses efeitos colocam em evidência a necessidade de um monitoramento climático eficaz e contínuo, além da adaptação das infraestruturas aeroportuárias e das políticas de segurança de voo para mitigar riscos.
Impactos operacionais no setor de aviação civil
Os impactos diretos descritos anteriormente trazem consigo diversas implicações operacionais. A mais evidente é a elevação nos custos operacionais devido ao alto consumo de combustível.
As alterações nas rotas e os desvios provocados por condições meteorológicas adversas resultam em voos mais longos e, por consequência, maior consumo de combustível.
A Federal Aviation Administration (FAA) reporta que o consumo adicional de combustível devido à necessidade de ajustes nas rotas aéreas e desvios por condições meteorológicas adversas intensificou em aproximadamente 6% entre 2010 e 2019, resultando em um custo adicional de cerca de US$ 500 milhões anualmente.
Adicionalmente, as condições meteorológicas extremas estão forçando uma maior frequência nas manutenções das aeronaves. Dados da International Air Transport Association (IATA) apontam que houve um aumento de 12% nos custos de manutenção desde 2015, diretamente atribuído aos desgastes provocados por eventos climáticos severos.
A coordenação entre as diversas partes envolvidas na operação aérea – desde o pessoal de solo até as tripulações – torna-se ainda mais complicada, o que exige sistemas de gestão ainda mais robustos e flexíveis.
Consequências econômicas para as empresas de aviação
Todos os desafios operacionais na aviação convergem em impactos econômicos significativos para a indústria do setor. Os custos de seguro é uma das consequências diretas. Com a elevação da frequência e severidade dos eventos climáticos, as seguradoras ajustam suas taxas para cobrir os riscos adicionais, o que implica em despesas mais elevadas para as companhias aéreas.
Os preços das passagens também sentem os efeitos deste cenário. Com maiores custos operacionais e a necessidade de investimentos em adaptações, as companhias aéreas tendem a repassar esses gastos aos consumidores. Um quadro como esse traz alterações na demanda de mercado, com a redução no número de passageiros dispostos a pagar por viagens aéreas mais caras.
Mitigando riscos com consultorias meteorológicas
Em resumo, as mudanças climáticas impõem desafios significativos ao setor de aviação civil, afetando suas operações e finanças. Considerar o apoio de consultorias meteorológicas especializadas é um caminho para ajudar empresas a navegarem melhor nesse cenário.
A Nottus Meteorologia fornece previsões detalhadas, que auxiliam as companhias aéreas a traçarem rotas seguras e eficientes, minimizando atrasos e cancelamentos. Além disso, oferece serviços de assessoria para o planejamento de operações baseadas em dados climáticos e proporciona soluções customizadas que reduzem os custos operacionais e aumentam a segurança dos voos.
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